Planejando morar fora? Especialistas explicam o que muda para brasileiros do ponto de vista fiscal e migratório
- jacyabreu
- há 2 dias
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Regras tributárias, residência fiscal e riscos da bitributação estão entre os principais desafios de quem decide viver fora do Brasil. Entenda por que o planejamento jurídico e contábil é essencial para evitar prejuízos
Com o aumento da internacionalização de famílias brasileiras e a busca por oportunidades fora do país, crescem também as dúvidas sobre o que é preciso organizar do ponto de vista tributário e migratório ao decidir morar no exterior. Mais do que escolher um visto ou passagens, a mudança exige decisões técnicas — muitas vezes urgentes — que impactam diretamente o patrimônio, os vínculos fiscais e até a regularidade perante a Receita Federal e o fisco do novo país de destino.
Residência fiscal: quando você deixa de ser contribuinte no Brasil?
De acordo com o advogado Dr. Murtaz Navsariwala, especialista em imigração para os EUA e fundador da Murtaz Law, um dos maiores equívocos cometidos por brasileiros em transição internacional é não compreender que a saída física do país não implica, automaticamente, o fim das obrigações fiscais no Brasil. “A residência fiscal no Brasil só se encerra com o envio da Declaração de Saída Definitiva à Receita Federal. Sem esse procedimento, o contribuinte continua legalmente obrigado a declarar renda e bens no Brasil, mesmo morando no exterior”, explica Murtaz.
A ausência dessa formalização pode levar à dupla residência fiscal, gerando o risco de bitributação, ou seja, o pagamento de impostos sobre a mesma renda em dois países distintos.
Declaração de Saída Permanente: o que é e por que fazer
Segundo o contador e planejador tributário Roberto Campos, que atua há mais de 40 anos com clientes de alta renda e famílias em processo de internacionalização, a Declaração de Saída Permanente é o primeiro passo para regularizar a mudança de domicílio fiscal. “Esse documento informa à Receita Federal que o contribuinte passou a residir em caráter permanente no exterior. Além de encerrar as obrigações de entrega do Imposto de Renda brasileiro, ela evita penalidades por omissão de renda estrangeira ou ativos internacionais. Deixar de comunicar a saída pode gerar consequências graves, como multas, bloqueios de CPF e incompatibilidades em futuras declarações”, destaca Campos.
Bitributação: como evitar a armadilha legal e financeira
Morar no exterior sem planejamento também pode expor o contribuinte à bitributação, especialmente nos primeiros anos da mudança, quando ainda há laços financeiros e jurídicos com o Brasil.
“A falta de estratégia pode levar à necessidade de declarar e pagar impostos no Brasil e no país de destino — como os EUA —, mesmo que sobre a mesma renda ou patrimônio. É fundamental alinhar a data de entrada no novo país com os critérios fiscais locais, como o Substantial Presence Test nos Estados Unidos, e estruturar ativos conforme as regras internacionais de reporte. Entre elas estão o FATCA (Foreign Account Tax Compliance Act), que obriga a comunicação de contas bancárias no exterior ao fisco americano, e o FBAR (Foreign Bank Account Report), exigido de contribuintes com saldos superiores a US$10 mil em contas fora dos EUA, mesmo que por curto período”, alerta Murtaz.
O papel do planejamento patrimonial na mudança internacional
Além das questões fiscais e legais, uma mudança internacional exige revisão completa do planejamento patrimonial da família. Roberto Campos reforça a importância de estruturar os ativos com antecedência, com foco em proteção, eficiência tributária e sucessão. “A mudança de país é também uma oportunidade para reavaliar estruturas societárias, criar holdings familiares, revisar testamentos e considerar instrumentos como trustes internacionais. Com a assessoria adequada, é possível mitigar riscos, reduzir carga tributária e garantir maior segurança jurídica no longo prazo”, afirma.
Para os especialistas, tratar a mudança internacional como uma decisão estratégica — e não apenas emocional — é o que garante a tranquilidade do projeto migratório e a preservação do patrimônio ao longo dos anos. “Mudar de país envolve coordenação entre as áreas de imigração, tributação, planejamento patrimonial e direito internacional privado. Um erro de timing ou omissão fiscal pode comprometer toda a estrutura financeira construída ao longo da vida”, conclui Murtaz Navsariwala.
Quer saber mais?
📲 Acompanhe a live com Murtaz Navsariwala e Roberto Campos no dia 11 de dezembro, às 19h (BRT), no Instagram @roberto.campos.contador.
Tema: “Imigração e Tributação Internacional: o que muda quando você decide morar no exterior?”
Sobre o Murtaz Law
A Murtaz Law é um escritório de advocacia especializado em imigração para os Estados Unidos. Fundado pelo advogado Dr. Murtaz Navsariwala, o escritório é reconhecido pela atuação ética, técnica e baseada em dados, oferecendo informações confiáveis a brasileiros que desejam iniciar ou dar continuidade a processos migratórios.
Dr. Murtaz Navsariwala
Advogado especializado em imigração para os Estados Unidos, Murtaz Navsariwala combina formação em Economia e História pela Northwestern University com doutorado em Direito pela Indiana University Bloomington.
Com mais de uma década de atuação na área, e uma taxa de aprovação de 99,5%, Murtaz lidera o Murtaz Law, escritório sediado em Illinois (EUA) e reconhecido por sua excelência em vistos de trabalho, com destaque para o EB-2 NIW. Sua formação multidisciplinar, que combina Direito, Economia e História, contribui para uma abordagem sistêmica e estratégica dos temas migratórios, oferecendo interpretações claras e fundamentadas mesmo diante de assuntos complexos ou controversos.
Para mais informações, entrevistas ou colaborações com reportagens sobre temas relacionados à entrada legal nos Estados Unidos, mobilidade internacional, carreira ou educação, o contato é feito via assessoria de imprensa.
Jacy Abreu – Assessoria de Imprensa
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